O principal fundamento dos direitos humanos é a garantia da dignidade. Todos os seres humanos devem ter reconhecido seu direito a ter direitos.
Portanto, violências no campo físico, moral, psíquico, social, cultural, que se avolumam com as diversas manifestações fascistas e racistas escancaradas nos noticiários diários, são e devem ser inaceitáveis. Mas, na realidade, os princípios que norteiam a dignidade humana estão longe de serem adotados de forma integral na nossa sociedade, na escola, na rotina educacional nas esferas públicas.
Se a lógica dos direitos humanos suplica por defesas mais amplas, capilares e intransigentes, a educação pública tem o dever de interferir na construção de um ideário social em que seja questionado qual é o nível de humanidade e dignidade atribuído a pessoas negras, por exemplo. Se a educação não cumprir o seu papel fundamental na mediação e na construção intelectual saudável, para alguns grupos sociais é possível e passível a definição de categoria humana de pessoas consideradas "matáveis", consideradas como indignas.
É com base nessa importante e preocupante temática que a AFUSE estabelece esse debate, sob a luz de uma educação pública que sucumbe a cada formato equivocado de aplicação didática nas escolas públicas. É, sim, responsabilidade de qualquer entidade sindical identificada com a democracia, com os direitos humanos, sempre na luta para que esses acontecimentos e a omissão da educação pública não atue mais como uma autorização - explícita ou velada - das violações contra as vidas e os direitos de determinados grupos no Brasil e no mundo. Para garantir a dignidade, é fundamental reconhecer a humanidade na história e no corpo de todos e todas.