População sai às ruas para denunciar o que a grande mídia não informa e cobrar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar desvios do governo to para investigar desvios do governo
Contra a máfia do transporte público em São Paulo e a corrupção tucana, quatro mil manifestantes protestaram no centro paulistano na tarde desta quarta-feira (14). Milhares de trabalhadores/as, entre professores, metalúrgicos, petroleiros, químicos, bancários, municipais e outras categorias, reivindicam a instalação de uma CPI na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para apurar denúncias de fraudes nas licitações de obras do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
A CUT/SP, demais centrais sindicais, movimentos sociais, partidos políticos e grupos organizados levantavam cartazes contra o sucateamento do transporte público na cidade. A manifestação cobrou resposta do governo do PSDB sobre formação de um cartel pelas empresas Siemens, Alstom, CAF, Bombardier, TTrans e Mitsui que, em troca de favores e contratos, teriam desviado recursos públicos e pago propina a políticos tucanos.
Os manifestantes se concentraram no Vale do Anhangabaú, fizeram protestos em frente ao Ministério Público do Estado e seguiram até a Secretaria estadual dos Transportes Metropolitanos, onde representantes do Sindicato dos Metroviários e do Movimento Passe Livre (MPL) entregaram uma carta de reivindicações cobrando apuração das denúncias de corrupção, punição dos responsáveis e redução das tarifas.
“Queremos que os fatos sejam apurados. Há denúncias sobre o recebimento de propinas por representantes tucanos e exigimos a abertura de uma CPI para que as investigações sejam aprofundadas. Pesquisa feita por deputados aponta que R$ 9 bilhões de propina significam aproximadamente 20 km de metrô ou 4 anos de tarifa zero”, afirmou o presidente da CUT/SP, Adi dos Santos Lima.
Secretário de Políticas Sociais da CUT/SP e dirigente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep-SP), João Batista Gomes, afirma que o povo paulistano precisa entender com clareza as corrupções cometidas pelo PSDB nos últimos 20 anos. “Esta administração não atende às necessidades dos usuários, mas serve para dar lucro aos empresários. O sucateamento do metrô e do trem é reclamação cotidiana dos trabalhadores que merecem, no mínimo, que este dinheiro seja devolvido para investimento no transporte e para qualidade de vida da população”.
Após a marcha no centro, a Central se mobilizou junto a movimentos sociais para protestos que ocorriam em frente à Alesp. Segundo a secretária de Imprensa da CUT/SP, Adriana Magalhães, a conjuntura impõe a unidade na luta. “Ao contrário do que foi dito pelo Conlutas – que se negou a participar na Alesp, ir à Assembleia reivindicar a criação de uma CPI em caráter de urgência significa escancarar o quanto este governo desrespeita a população paulista e prejudica a classe trabalhadora”, criticou.
Na Alesp a tropa de choque da Polícia Militar jogou bombas de gás lacrimogêneo e utilizou balas de borracha para conter os manifestantes - que sofreram ferimentos.
Se a mídia mente, o povo vai pras ruas Durante a marcha, manifestantes queimaram catracas cenográficas, em uma performance que chamou a atenção da população transeunte, de jornalistas e fotógrafos. A grande imprensa estava presente para narrar os acontecimentos.