Foi dado o início nessa segunda-feira, dia 25/11 em todo o 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, campanha que tem como objetivo mobilizar pessoas e organizações para o engajamento na prevenção e no fim da violência de gênero. Com isso, “Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres” é 25 de novembro, mas a campanha vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. No Brasil, são 21 dias de ativismo, de 20 de novembro a 10 de dezembro.
As pesquisas sobre o aumento no número de agressões, violência e assassinatos de mulheres mostram que a data fica cada vez mais importante em todo o mundo, especialmente no Brasil, onde desde o golpe de 2016, quando a presidenta eleita Dilma Rousseff foi impedida de continuar governando e o golpista Michel Temer (MDB-SP) assumiu, as taxas de violência contra as mulheres explodiram.
Em 2018, nove mulheres foram vítimas de agressão e três sofreram espancamento ou tentativa de estrangulamento por minuto; e mais de 12 milhões foram vítimas de ofensa verbal, como insulto, humilhação ou xingamento.
Por outro lado, mais de 90% das cidades brasileiras não têm delegacia da mulher para dar suporte ou investigar tantos casos de violência.
Segundo dados do 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados em 2018, 606 vítimas de violência, em média, registraram lesão corporal dolosa, enquadrados na Lei Maria da Penha em 2017. No mesmo período, o estupro aumentou em torno de 8,4 e o feminicídio também cresceu 6,1% em relação ao ano anterior. A cada 8 horas uma mulher é morta só por ser mulher.
Há também alto índice de subnotificação, mesmo com a obrigação legal do registro, o que significa que o número de agressões pode ser ainda mais alto.
E o pior, segundo a pesquisa Visível e Invisível – “A Vitimização de Mulheres no Brasil” - a própria casa ainda é o lugar onde as mulheres mais sofrem violência: 42% das entrevistadas apontam a casa como local onde aconteceu a agressão, seguida de 29% que alegaram ter sofrido violência na rua.
Para a AFUSE, que representa uma categoria majoritariamente de mulheres , o combate à violência contra mulher não é uma política de Estado, como uma Lei, e sim de governo. Portanto, chamamos atenção e convocamos todas e todos no engajamento nos 16 dias de ativismo mundial e nos 21 dias de luta no Brasil
AGENDA DE LUTA
Em São Paulo, as mulheres vão promover debates e ações de ruas para dialogar e conscientizar a população e cobrar a responsabilidade pela vida das mulheres do poder público.Muitas delas também estão produzindo vídeos sobre o assunto e veiculando em mídias sindicais.
Sobre o dia 25
Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1999, em homenagem às três irmãs ativistas políticas Minerva, Patria e María Teresa, assassinadas em 25 de novembro de 1960 pelo ditador Rafael Leónidas Trujillo, então presidente da República Dominicana.
As mulheres foram enforcadas e depois espancadas para que quando o veículo fosse jogado no precipício a morte parecesse resultado de um acidente de carro.